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História

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O município de Antônio Cardoso, criado pela Lei Estadual, nº. 1682, de 18 de abril de 1962, possui uma área total de 293,217 km² e está situado na região centro-leste da Bahia, distando 139 km da capita baiana, e tem como principais vias de acesso a BR-116 e a BA-599. Encontra-se na microrregião de Feira de Santana, sob o território de identidade Portal do Sertão e na área de expansão da região metropolitana de Feira de Santana. Atualmente possui cerca de 12.206 habitantes (IBGE 2013). Seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,561 (PNUD/2010), ou seja, baixo. O município, apresenta resquícios de mata atlântica, mas sua vegetação principal é a caatinga. Seu clima é o seco-sub-úmido, e o índice pluviométrico anual fica entre 800 e 1000 mm, com médio e alto risco de secas. Limita-se ao norte com Feira de Santana, a leste com São Gonçalo dos Campos e Conceição da Feira, ao sul com Cabaceiras do Paraguaçu e a oeste com Santo Estevão e Ipecaetá.

 

A ocupação do território de Antônio Cardoso, começou no final do século XVII, quando padres jesuítas, oriundos da cidade de Cachoeira, se estabeleceram nestas terras, erguendo uma capela em louvor à Santo Estevão e mais tarde, outra capela, desta vez, em louvor à Nossa Senhora do Resgate das Umburanas. Seus mais antigos habitantes, os índios Payayás, que habitavam as margens do rio Paraguaçu, foram expulsos pela invasão portuguesa que, buscava um caminho seguro para o transporte de ouro e pedras preciosas, da Chapada Diamantina em Minas Gerais, até o Porto da Cachoeira (atual cidade de Cachoeira). Com a elevação da vila à categoria de Freguesia, e o grande volume de mercadorias transportadas pela estrada do Porto da Cachoeira, a vila passou a ser pouso de vaqueiros, tocando suas boiadas e de tropeiros e mascates, com seus burros de carga carregados dos mais variados produtos. A freguesia que, pertencia inicialmente, à cidade de Cachoeira, depois a Santo Estevão, retornando, posteriormente, à Jurisdição de Cachoeira. Depois, pela Lei’ nº 804/1876, foi incorporada à Feira de Santana para, finalmente, pela Lei nº 8460, de 28 de julho de 1884, integrar o território da vila de São Gonçalo dos Campos, como distrito, sob o topônimo de origem indígena, Umburanas (i= água + iba= arvore + rana= análogo), árvore abundante no local, que em tupi, significa semelhante à arvore de água, ou semelhante ao umbu.

 

Em novembro de 1938, Umburanas, por força do Decreto nº 11.089, passou a ser chamada Vila de Uberlândia que significa terra fértil. Em 1943, através do Decreto Lei n° 141, de 31/12/1943, passou a se chamar Vila de Tinguatiba (tinguá=  pontiaguado + iba= árvore, tronco), outro topônimo indígena, também oriundo de outra árvore abundante, conhecida como tinguaciba, cujo nome significa árvore do tronco pontiagudo ou espinhoso. Posteriormente, o Decreto Lei nº 12.978, de 01/06/1944, elevou a vila à categoria de distrito. Assim, o nome Tinguatiba permaneceu até o ano de 1962, quando o então governador do Estado da Bahia, Juracy Magalhães, assinou a Lei nº. 1682, de 18 de abril de 1962, elevando o distrito à condição de município, sob o topônimo de Antônio Cardoso, permanecendo Tinguatiba como seu único distrito. As primeiras eleições municipais ocorreram em 07 de outro de 1962, mas o município permaneceu sob domínio de São Gonçalo dos Campos até a data de 07 de abril de 1963, quando o prefeito e os vereadores eleitos no primeiro pleito, foram empossados.

 

Antônio Cardoso de Sousa, coronel que deu nome ao município, nasceu em 10 de maio de 1848, falecendo à 10 de outubro de 1932, aos 84 anos. Ele era natural da freguesia de Nossa Senhora do Regate das Umburanas, filho de Manoel Cardoso de Sousa e D. Maria Louvada. Tinha extensas propriedades, e, com isso, grande poder político e econômico. Após sua morte, manteve seu legado político, através de seu genro, Tibúrcio José de Oliveira, de seu neto homônimo, Antônio Cardoso de Sousa, eleito o primeiro, prefeito do município, de seu bisneto, Roque Cardoso de Sousa, eleito terceiro prefeito e de Luís Cardoso de Oliveira, também seu neto, eleito quarto prefeito do município.

 

Quanto aos aspectos culturais, o município sofreu várias influencias dos índios e negros, destacando-se o samba de raiz do grupo raízes culturais e o samba de roda de Mestre Satu, na comunidade de Tócos. Um de nossos maiores expoentes culturais, come grande renome no cenário nacional é o poeta, romancista, cordelista, cantor e compositor, Antônio Ribeiro da Conceição, o mestre Bule-Bule, como é conhecido. A nossa culinária, também é notadamente influenciada pela cultura indígena e escrava, destacando as moquecas de peixe, o sarapatel, mininico (viuvinha), caruru do interior, vatapá, mugunzá, cuscuz caipira, pamonha, canjica, a farinha de mandioca, os bolos e mingaus de aipim e massa puba, a galinha caipira, criada e abatida em casa e etc. No São João, nossa principal festa de rua, destacam-se também os licores de figo e jenipapo, bebidos ao pé da fogueira, oferecidos pelos amigos, ou pedidos com aquele famoso “São João passou por aqui?”. Dentre outras festas culturais, destacamos a Folia de Reis, o dia de São Roque, festas ligadas à religião, outro traço marcante da nossa cultura.